quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nouvelle Vague

A Nouvelle Vague foi um movimento do cinema francês que surge no final dos anos 1950 e renova a linguagem cinematográfica. Seus principais representantes, comos Jean-Luc Godard (1930-) e François Truffaut (1932-1984), ex-críticos da revista Cahiers du Cinéma, reagem contra o academicismo das produções francesas, criticam o cinema de estúdio e as formas narrativas convencionais. Fortemente influenciados por diretores norte-americanos, como Alfred Hitchcock (1899-1980), John Ford (1895-1973) e Howard Hawks (1896-1977), defendem um cinema de autor e a liberdade narrativa. Realizam obras de baixo custo financeiro, privilegiam as câmeras portáteis, equipes pequenas e filmagens nas ruas, características que influenciam o cinema novo brasileiro.A expressão Nouvelle Vague, que significa nova onda, surge pela primeira vez na revista francesa L''Express, em 1958. De início serve para definir um estado de espírito contestatório, comum a todos os gêneros de manifestações artísticas que demonstram sinais de vitalidade após um período de estagnação. Mas logo o termo é aplicado exclusivamente ao cinema.Embora influenciada pelo neo-realismo italiano, a Nouvelle Vague interessa-se pouco pela situação social e política do país. Numa época em que a França está em guerra colonial com a Argélia, o movimento privilegia as questões existenciais, a discussão da liberdade individual numa sociedade repressora e os efeitos da memória e do tempo nas relações humanas. Entre os principais filmes estão Acossado (1959), de Godard, Os Incompreendidos (1959), de Truffaut, Hiroshima Meu Amor (1959), de Alain Resnais (1922-), Os Primos (1959), de Claude Chabrol (1930-), Paris Nos Pertence (1960), de Jacques Rivette (1928-), e Trinta Anos Esta Noite (1963), de Louis Malle (1932-1995).Distantes da preocupação com a realidade brasileira, mas muito identificados com a arte moderna e inspirados pelo Dadá, estão os pintores Ismael Nery e Flávio de Carvalho (1899-1973). Na pintura merecem destaque ainda Regina Graz (1897-1973), John Graz (1891-1980), Cícero Dias (1908-) e Vicente do Rego Monteiro (1899-1970).Di Cavalcanti retrata a população brasileira, sobretudo as classes sociais menos favorecidas. Mescla elementos realistas, cubistas e futuristas, como em Cinco Moças de Guaratinguetá. Outro artista modernista dedicado a representar o homem do povo é Candido Portinari, que recebe influência do Expressionismo. Entre seus trabalhos importantes estão as telas Café e Os Retirantes.Os autores mais importantes são Oswald de Andrade e Mário de Andrade, os principais teóricos do movimento. Destacam-se ainda Menotti del Picchia e Graça Aranha (1868-1931). Oswald de Andrade várias vezes mescla poesia e prosa, como em Serafim Ponte Grande. Outra de suas grandes obras é Pau-Brasil. O primeiro trabalho modernista de Mário de Andrade é o livro de poemas Paulicéia Desvairada. Sua obra-prima é o romance Macunaíma, que usa fragmentos de mitos de diferentes culturas para compor uma imagem de unidade nacional. Embora muito ligada ao simbolismo, a poesia de Manuel Bandeira também exibe traços modernistas, como em Libertinagem.Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas. O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas Nº 4 e Nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça e, em Choros Nº 8, busca imitar o som de pessoas numa rua. Nos anos 30 e 40, sua estética serve de modelo para compositores como Francisco Mignone (1897-1986), Lorenzo Fernandez (1897-1948), Radamés Gnattali (1906-1988) e Camargo Guarnieri (1907-1993).Ainda na década de 20 são fundadas as primeiras companhias de teatro no país, em torno de atores como Leopoldo Fróes (1882-1932), Procópio Ferreira (1898-1979), Dulcina de Moraes (1908-1996) e Jaime Costa (1897-1967). Defendem uma dicção brasileira para os atores, até então submetidos ao sotaque e à forma de falar de Portugal. Também inovam ao incluir textos estrangeiros com maior ousadia psicológica e visão mais complexa do ser humano.
Fonte: http://www.spiner.com.br/modules.php?name=arteecultura&file=menu/movimentos/nouvellevague

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